Biotecnologia, saúde e dados: as novas fronteiras das profissões em STEM

4 min | Karen Mitidieri | Artigo | Recrutamento Conjuntos de habilidades emergentes Tendências de mercado

Uma mulher em um laboratório olha para um pedaço de papel enquanto segura uma amostra de sangue. Ela está vestida com um jaleco de laboratório e usa óculos de proteção.

O futuro do trabalho em STEM já começou, e ele é mais interdisciplinar do que nunca. A convergência entre biotecnologia, saúde e ciência de dados está criando uma nova geração de profissões em STEM, com demandas inéditas por talentos híbridos, capazes de navegar entre laboratórios, algoritmos e estratégias de negócios. Para líderes empresariais, entender essas transformações não é apenas uma vantagem competitiva, é uma necessidade para garantir a inovação e a sustentabilidade dos seus times.

Ao observar o mercado, identificamos um movimento claro: fronteiras tradicionais entre engenharias, ciências biológicas e tecnologia estão se dissolvendo. Onde antes um profissional de biotecnologia focava exclusivamente em pesquisa de bancada, hoje ele pode estar desenvolvendo algoritmos para análises genéticas em larga escala ou participando de testes clínicos com uso de IA. As profissões em STEM estão deixando de ser lineares para se tornarem profundamente conectadas.

Essa tendência já foi mapeada em detalhes pela Hays, no artigo “Carreiras STEM: o que são, por que estão em alta e como seguir esse caminho”, que analisa as principais transformações nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

A fusão de três mundos: biotecnologia, saúde e dados

Para ilustrar esse cenário, pense em uma startup de terapias genéticas personalizadas. O time de cientistas desenvolve vetores virais para tratamento de doenças raras, mas esse processo só é possível com engenheiros de dados estruturando bilhões de dados genômicos em tempo real e profissionais de machine learning desenvolvendo modelos preditivos para indicar as melhores combinações terapêuticas. É nesse ambiente que surgem as novas profissões em STEM: bioinformata, engenheiro de dados biomédicos, cientista de dados clínicos, engenheiro de IA para diagnóstico, entre outros.

Essa interdisciplinaridade se reflete em diversos setores, como por exemplo:

  • Farmacêuticas e biotechs contratam cientistas que saibam programar em Python e tenham fluência em estatística.
  • Hospitais inteligentes buscam especialistas em interoperabilidade de dados e análise preditiva para gestão de leitos, diagnósticos e predição de surtos.
  • Startups de healthtech recrutam profissionais com background em engenharia biomédica e UX para projetar dispositivos de monitoramento remoto.

As novas habilidades que definem o profissional do futuro

Não basta mais dominar um único campo técnico. As profissões em STEM exigem hoje competências interligadas. Entre as mais valorizadas, destacamos:

  • Capacidade de traduzir ciência em produto: Profissionais capazes de atuar como ponte entre pesquisa, tecnologia e negócios.
  • Alfabetização em dados: Mesmo biólogos e biomédicos precisam saber interpretar dashboards, trabalhar com SQL ou mesmo construir queries em R.
  • Visão ética e regulatória: O uso de dados sensíveis em saúde traz implicações éticas complexas. Compreender legislações como LGPD ou HIPAA é essencial.
  • Mentalidade de colaboração: Times compostos por perfis diversos exigem habilidades de comunicação, escuta e liderança compartilhada.

Esse novo perfil está sendo especialmente buscado em cargos como:

    Líder de dados em saúde
  • Product Manager em biotecnologia
  • Cientista computacional em farmacogenômica
  • Especialista em IA aplicada à saúde pública

O papel das empresas na formação e retenção desses talentos

A escassez de talentos qualificados para as novas profissões em STEM já é uma realidade e deve se intensificar. Para mitigar esse desafio, empresas precisam olhar além da contratação tradicional e investir em estratégias de upskilling e reskilling.

Programas internos de formação em análise de dados, parcerias com universidades e acesso a projetos multidisciplinares têm sido estratégias bem-sucedidas em empresas que se destacam na retenção de talentos STEM. Além disso, muitas organizações estão adotando estruturas mais horizontais e modelos híbridos de trabalho, oferecendo aos profissionais a flexibilidade e o propósito que esses novos perfis valorizam.

A inovação nasce onde os silos acabam

A revolução silenciosa que está acontecendo nas ciências da vida e nos dados não é apenas tecnológica: ela é humana. As profissões em STEM estão evoluindo rapidamente, e os líderes empresariais que desejam construir equipes de alto impacto precisam repensar como atraem, desenvolvem e retêm talentos que cruzam fronteiras disciplinares.

Na Hays, acompanhamos de perto essa transformação. Ao conectar empresas e profissionais preparados para lidar com os desafios das novas fronteiras entre biotecnologia, saúde e dados, ajudamos a impulsionar não só a inovação, mas também o impacto social real dessas soluções.

O futuro das profissões em STEM já chegou e ele é colaborativo, orientado por dados e profundamente humano.

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Os profissionais da Hays estão prontos para acompanhar você e sua empresa hoje e amanhã. Entre em contato com nossos especialistas hoje mesmo.

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Sobre o autor

Karen Mitidieri
Chefe de Ciências da Vida Hays Brasil

Atualmente Chefe de Ciências da Vida na Hays Brasil, Karen é psicóloga pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação e possui um MBA pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ela tem mais de 15 anos de experiência profissional em empresas multinacionais, onde conduziu processos de seleção e avaliação para diversos setores. Na Hays, ocupou cargos como Team Manager e Senior Manager, o que lhe proporcionou habilidades em vários setores, permitindo-lhe assumir o cargo de Country Manager do escritório no Chile até 2023.

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