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Como a engenharia digital está transformando equipes de engenharia
4 min | José Mario Neto | Artigo | Gestão da força de trabalho Mudança e Transformação dos negócios
Nos últimos anos percebemos um padrão em conversas com diretores de engenharia e líderes de RH.
Em diversos segmentos (óleo e gás, energia, manufatura, construção, tecnologia) a mesma inquietação aparecia: “Estamos investindo, mas nossos times ainda não acompanham esse novo ritmo.” É justamente nesse ponto que a engenharia digital entra como tema central. Não como promessa, mas como realidade que está redesenhando diariamente o trabalho das equipes.
A verdade é que a engenharia, como função estratégica, passou a operar com uma camada digital que altera decisões, processos e expectativas. O mercado de engenharia digital deve valer R$ 100 bilhões até 2030, impactando setor industrial brasileiro, segundo dados do setor.
Um executivo resumiu bem durante uma reunião com nossos consultores: “Não é falta de tecnologia. É falta de gente preparada para extrair valor da engenharia digital dentro da operação.” De fato, de acordo com nosso estudo Análise de Tendências e Salários, 95% das empresas brasileiras relata escassez moderada a extrema de competências técnicas, especialmente em engenharia, tecnologia, supply chain e ciências da vida.
Isso explica boa parte dos desafios que o mercado enfrenta hoje. A mudança não é apenas técnica. É cultural, estrutural e exige um novo equilíbrio entre experiência e domínio de ferramentas digitais.
Falar de transformação é fácil. Difícil é entender o que acontece dentro das equipes quando a engenharia digital entra de verdade no fluxo de trabalho. O impacto aparece em várias frentes, e nenhuma delas é superficial.
Essa combinação tem levado muitas empresas a rever a estrutura das equipes e a buscar apoio especializado para reposicionar funções críticas.
Quando analisamos a demanda da Hays nos últimos ciclos, alguns setores aparecem com frequência muito maior. Não porque são moda, mas porque sustentam diretamente a expansão da engenharia digital nas organizações.
1. Engenharia de Petróleo: A rotina do offshore mudou completamente. A engenharia digital trouxe monitoramento remoto, análises preditivas e decisões instantâneas. O engenheiro que lê dados com clareza se destaca imediatamente.
2. Engenharia da Computação: São o elo entre operação e tecnologia. Sem eles, a engenharia digital simplesmente não roda. Integram sistemas, conectam processos e garantem que tudo funcione de forma segura.
3. Engenharia Mecânica: Digital twins, simulações avançadas e modelagem digital se tornaram parte natural da função. A engenharia digital reduziu retrabalho e acelerou ciclos, e isso exige outro tipo de repertório técnico.
4. Engenharia Elétrica: Com data centers, redes inteligentes e automação profunda, esse profissional virou peça crítica. A engenharia digital ampliou sua responsabilidade sobre integração, segurança e continuidade operacional.
5. Engenharia Civil: O setor evoluiu rápido com BIM, ferramentas digitais de obra e monitoramento remoto. Quem domina a engenharia digital na construção entrega previsibilidade e reduz riscos de execução.
Esses setores têm algo em comum: operam no cruzamento entre conhecimento tradicional e engenharia digital aplicada; e estão no centro das decisões mais importantes das empresas.
A engenharia digital veio para ficar e, para muitas empresas, ela já é a principal forma de operar. Não é exagero dizer que quem não ajusta suas equipes agora corre o risco de ficar preso em modelos que já não conversam com a realidade.
Se sua organização está passando por essa transição, podemos apoiar desde o diagnóstico de talentos até a contratação de profissionais essenciais para sustentar sua estratégia de engenharia digital.
E seguimos compartilhando tendências e insights sobre o futuro do trabalho em nossa página do LinkedIn.
José Mario Neto Gerente de Engenharia da Hays Brasil
Carioca, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, José atua há mais de uma década no segmento de recrutamento e seleção atuando, majoritariamente, em consultorias multinacionais de grande porte. Atualmente, lidera o time de Engenharia da Hays Brasil com foco nos setores de Óleo e Gás, Energia e Recursos Naturais.