Mulheres nas áreas de STEM: como construir uma liderança técnica mais diversa
10 min | David Brown | Artigo | Geral

No setor de tecnologia, um dos maiores desafios atuais no campo do recrutamento é ir além da simples busca por habilidades técnicas. O verdadeiro diferencial está em construir uma liderança técnica mais diversa, que represente de maneira mais fiel a pluralidade da sociedade. E isso passa, necessariamente, por aumentar a presença de mulheres nas áreas de STEM, sigla para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Embora o número de mulheres nas áreas de STEM tenha crescido nos últimos anos, a representatividade feminina em cargos de liderança técnica ainda é baixa. O que está em jogo não é apenas a equidade, mas também a inovação, a performance dos times e a capacidade das empresas de resolver problemas complexos sob diferentes perspectivas. Neste artigo, vamos explorar por que essa pauta continua relevante e como líderes podem adotar práticas concretas para construir uma liderança técnica mais diversa.
Por que ainda há poucas mulheres nas áreas de STEM?
Mesmo com avanços importantes, as mulheres nas áreas de STEM ainda enfrentam barreiras estruturais. Elas são frequentemente minoria em cursos universitários e ambientes de trabalho técnicos, muitas vezes por falta de incentivo, modelos femininos de referência ou por enfrentarem preconceitos e ambientes hostis.
Além disso, muitas empresas ainda não possuem programas consistentes de desenvolvimento de lideranças femininas, o que dificulta o avanço das profissionais na hierarquia organizacional. Esse cenário exige uma mudança de cultura e estratégias de recrutamento e retenção que favoreçam a diversidade.
Como construir uma liderança técnica mais diversa e incluir mais mulheres nas áreas de STEM
A seguir, destacamos as melhores práticas que líderes e gestores podem adotar para fomentar uma liderança técnica mais diversa com maior presença de mulheres nas áreas de STEM:
1. Revisar o processo de recrutamento e seleção
Avalie se a linguagem das descrições de vagas é inclusiva. Promova processos seletivos cegos e com foco em habilidades, reduzindo vieses inconscientes. É essencial garantir que as mulheres nas áreas de STEM tenham as mesmas oportunidades de ingresso em posições técnicas e de liderança.
2. Oferecer mentoria e desenvolvimento de carreira
Programas de mentoria com líderes mulheres e homens aliados podem fazer a diferença no desenvolvimento técnico e na construção de confiança. O acompanhamento individualizado ajuda a identificar talentos e promover a ascensão das mulheres dentro da empresa.
3. Criar uma cultura de pertencimento
Ambientes de trabalho que acolhem diferentes vozes favorecem a permanência de profissionais diversos. Isso inclui políticas claras contra discriminação, canais seguros para denúncias, apoio à saúde mental e valorização do equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
4. Estabelecer metas e indicadores de diversidade
É fundamental que as empresas monitorem a presença de mulheres em diferentes níveis técnicos e de liderança, definindo metas realistas e acompanhando os resultados. A transparência nesse processo mostra comprometimento real com a mudança.
5. Valorizar histórias e dar visibilidade às lideranças femininas
Compartilhar trajetórias de sucesso e dar palco para líderes técnicas falarem sobre seus projetos e desafios inspira outras mulheres e fortalece a confiança de profissionais que estão em fase de crescimento na carreira.
6. Investir em programas internos de reskilling e upskilling
Nem sempre as lideranças femininas virão prontas do mercado. Capacitar talentos internos, especialmente mulheres, com formações técnicas, certificações e programas de liderança acelera o desenvolvimento de profissionais que já conhecem a cultura da empresa.
7. Promover fóruns e comunidades internas para mulheres em tecnologia
Criar espaços seguros para que as mulheres compartilhem experiências, desafios e conquistas ajuda a fortalecer a rede de apoio e contribui para a retenção desses talentos. Grupos de afinidade são uma excelente iniciativa nesse sentido.
8. Adotar políticas de flexibilidade que favoreçam a permanência
A falta de políticas de flexibilidade pode impactar negativamente a permanência das mulheres nas áreas de STEM, especialmente em fases como maternidade ou cuidados familiares. Incentivar modelos híbridos, jornadas reduzidas ou horários flexíveis pode fazer toda a diferença.
9. Medir a experiência das mulheres no ambiente técnico
Pesquisas internas específicas para entender como as mulheres percebem seu ambiente de trabalho, oportunidades e barreiras podem gerar insights importantes. Use esses dados para ajustar políticas e criar um ambiente mais justo e acolhedor.
10. Conectar com iniciativas externas de inclusão
Parcerias com organizações, eventos e programas que promovem mulheres nas áreas de STEM ajudam a ampliar o pipeline de talentos e posicionar a empresa como comprometida com a equidade de gênero na tecnologia.
Construir uma liderança técnica diversa é estratégia, não tendência
A construção de uma liderança técnica mais diversa não é apenas uma questão de diversidade, é uma decisão estratégica. Organizações que reconhecem o potencial transformador das mulheres nas áreas de STEM colhem benefícios concretos em inovação, produtividade e reputação.
Por isso, líderes e gestores devem olhar com atenção redobrada para seus times técnicos, adotando práticas inclusivas e promovendo o crescimento de profissionais mulheres com potencial de liderança. A diversidade técnica é um caminho sem volta e quanto antes for incorporada à cultura organizacional, mais forte será o impacto positivo.
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Sobre o autor
David Brown - Presidente da Hays Américas, Diretor Geral da Hays EUA.
David, um veterano de 21 anos no setor de recrutamento, lidera todas as operações da Hays nos EUA desde 2018. Antes de assumir o comando da Hays EUA, David ocupou vários cargos em vendas, gerenciamento de vendas e gerenciamento sênior. Atualmente, ele reside em Atlanta com sua esposa e três filhos, e é ativo em várias organizações regionais sem fins lucrativos.