A corrida por habilidades em IA: Por que o upskilling é prioridade

5 min | Andre Ferragut | Artigo | | Information technology sector

Um homem e uma mulher analisam alguns dados em uma sala escura dentro de um escritório.

Há pouco tempo, falar em inteligência artificial dentro das empresas era uma discussão sobre o futuro. Hoje, é uma corrida contra o tempo. Em meio à pressão por inovação e eficiência, executivos e diretores de RH enfrentam uma questão crítica: como formar equipes que dominem as habilidades em IA sem perder o ritmo dos negócios?

Na Hays, observamos diariamente líderes de grandes organizações em busca de profissionais que não apenas compreendam a tecnologia, mas saibam aplicá-la estrategicamente. É nesse ponto que o upskilling deixa de ser uma ação pontual e se torna um imperativo organizacional.

"Muitas organizações relatam uma escassez significativa de habilidades e uma dificuldade crescente em preencher vagas abertas. Essa escassez é especialmente crítica em áreas que exigem competências técnicas avançadas, como análise de dados, cibersegurança e integração de inteligência artificial," afirma Jonathan Sampson, Presidente da Hays América Latina e Chief Delivery Officer da Hays Americas.

Habilidades em IA: a nova moeda corporativa

O avanço da inteligência artificial está transformando todos os setores. Segundo o Gartner, até 2027 cerca de 80% da força de trabalho global passará por programas de upskilling impulsionados pela rápida adoção da IA generativa. A corrida por habilidades em IA já não é tendência: é requisito estratégico.

Essa realidade global é especialmente visível na América Latina. O estudo “Análise de Tendências & Salários 2025”, da Hays, mostra que 81% dos colaboradores ainda não receberam treinamento ou suporte para adotar tecnologias de IA no trabalho. Mesmo assim, 93% dizem estar dispostos a participar de programas de upskilling ou reskilling para desenvolver competências em IA.

O recado é claro: as pessoas querem aprender; o desafio é se as empresas estão prontas para ensinar.

Para os líderes de RH, o desafio é duplo: atrair especialistas escassos e desenvolver internamente novas competências em IA que sustentem o crescimento futuro.

A urgência do upskilling: mais sobre pessoas e estratégia do que sobre tecnología

O upskilling vai muito além de treinamentos técnicos. Ele representa uma mudança cultural. Líderes de RH que antes se concentravam em processos hoje estão no centro da transformação digital, repensando como suas equipes aprendem, colaboram e inovam.

“O aprimoramento das habilidades em IA não é mais opcional — é a nova alfabetização em um mundo onde a competitividade é medida pela adaptabilidade. Neste novo cenário, a lacuna entre curiosidade e capacidade é o treinamento — e os dados mostram que a maioria dos funcionários está pronta para atravessar essa ponte.”

A Hays tem acompanhado esse movimento de perto: nossos parceiros têm reposicionado o RH como protagonista da transformação, criando jornadas de aprendizado contínuo e contratando líderes com perfil híbrido, capazes de unir visão de negócios e domínio tecnológico.

Segundo o Banco Mundial, entre 30% e 40% dos empregos na América Latina já estão expostos ao impacto direto da IA generativa, enquanto 8% a 12% poderão registrar ganhos expressivos de produtividade com o uso da tecnologia. Esses números demonstram que o foco em habilidades em IA é uma alavanca concreta de crescimento e competitividade para a região.

Ainda assim, existe um descompasso importante entre essa oportunidade e a capacidade atual das equipes de aproveitá-la. O Gartner indica que 64% dos gestores acreditam que suas equipes não acompanham o ritmo das novas competências, e 70% dos colaboradores dizem não dominar as habilidades exigidas hoje. Isso é um sinal claro de que o mercado não está conseguindo capturar todo o potencial da IA.

Ao mesmo tempo, os profissionais demonstram forte disposição para aprender: no Brasil, o Global Skills Report  2025, da Coursera, registrou +282% nas matrículas em cursos de IA generativa em um ano. Esse contraste do alto interesse dos profissionais versus lacunas de preparo nas empresas evidencia o ponto central: o sucesso na era da IA depende de fechar o descompasso entre demanda e capacitação.

Em outras palavras, o talento está pronto para aprender; falta às empresas acelerar o passo.

Cinco passos práticos para desenvolver habilidades em IA e impulsionar o upskilling das equipes

Para os líderes de RH, o dilema é claro: recrutar especialistas é caro e competitivo, enquanto formar talentos internos exige tempo e estrutura.

O caminho está em integrar as duas estratégias: 

  1. Mapeie suas lacunas com precisão: identifique quais funções serão mais impactadas pela IA e onde as habilidades atuais não atendem às novas demandas.
  2. Desenhe uma jornada de aprendizado contínuo: o upskilling não termina com um curso, ele se consolida quando o aprendizado é incorporado à rotina das equipes.
  3. Conecte aprendizado a propósito: as pessoas se engajam mais quando percebem como suas novas habilidades em IA impactam o sucesso coletivo.
  4. Combine recrutamento especializado e desenvolvimento interno: em vez de escolher entre contratar ou capacitar, faça ambos de forma estratégica.
  5. Crie métricas de valor: meça o retorno do upskilling em produtividade, retenção e inovação, e comunique esses resultados à liderança.

Empresas que investem em upskilling e habilidades em IA lideram o futuro

As habilidades em IA deixaram de ser um diferencial técnico e se tornaram o centro da vantagem competitiva. O upskilling é o elo entre o potencial tecnológico das empresas e a performance humana que o torna real.

Para os líderes que compreendem isso, o desafio se transforma em oportunidade: em um mercado onde o talento é o principal ativo estratégico, a Hays é a parceira que conecta pessoas, competências e visão de futuro.

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Sobre o autor

Andre Ferragut
Head of Technology, Hays Brazil

Andre is Director of Technology at Hays, with over a decade of experience in talent acquisition across Brazil and the U.S. He specializes in executive search and recruitment for high-tech industries, particularly within the semiconductor sector. Andre holds a degree in Mechanical Engineering from Universidade Estadual de Campinas and an MBA from FACAMP. Known for his strategic leadership and deep market insight, he has earned multiple accolades at Hays, including Manager of the Year and Division of the Year.

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