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A nova realidade do talento STEM: o guia definitivo para navegar essa transformação
5 min | Ricardo Ribas | Artigo | Gestão da força de trabalho Mudança e Transformação dos negócios
Nos últimos anos, algo curioso aconteceu no mercado de trabalho latino-americano. Não foi um momento específico, tampouco uma grande ruptura. Foi mais silencioso. Quase imperceptível no início. Mas, pouco a pouco, ficou impossível de ignorar: a tecnologia deixou de ser parte da empresa para se tornar o próprio motor de como ela opera, cresce e compete.
O Brasil, por exemplo, entrou de cabeça nessa agenda. Os R$ 23 bilhões anunciados em investimentos públicos em IA mudaram não apenas a direção da política tecnológica, mas também a expectativa de velocidade das organizações. E, à medida que as empresas aceleram, o mercado de talentos sofre um efeito colateral direto: 95% delas relatam escassez moderada a extrema de competências técnicas, especialmente em engenharia, tecnologia, supply chain e ciências da vida. Estes e muitos outros dados relevantes estão no estudo Análise de Tendências & Salários mais recente da Hays.
Essa escassez não tem nada de teórico. Ela aparece nas filas de contratação que não andam, nos projetos que atrasam, na dependência crescente de terceiros e na disputa feroz pelas mesmas poucas pessoas totalmente preparadas para lidar com esse novo ambiente digital.
Ao mesmo tempo, a IA entrou no cotidiano das empresas, mas de um jeito menos dramático do que os discursos mais alarmistas sugeriam. Apenas 1% das organizações substituem funções com IA, enquanto 50% usam tecnologia para apoiar equipes. Isso significa que o trabalho não desapareceu. Ele mudou. E exige outro tipo de professional.
É nesse contexto que a Hays participa diariamente das conversas com CEOs da região. Todos com a mesma sensação: estamos navegando uma transformação profunda, mas ainda tentando entender seu verdadeiro alcance. Este artigo é para esses líderes.
A primeira mudança não está no mercado, mas no ritmo dele. O tempo entre a adoção de uma nova tecnologia e a necessidade de dominá-la ficou curto demais. E esse intervalo diminuto moldou um novo tipo de profissional técnico.
Hoje, quando falamos de talento STEM, não estamos mais descrevendo apenas engenheiros, cientistas de dados, desenvolvedores ou analistas. Estamos falando de pessoas capazes de entender como tecnologia, negócio e risco se influenciam mutuamente.
Alguns traços desse novo perfil são particularmente evidentes:
Esse conjunto de características cria uma conclusão incômoda para muitos líderes: processos tradicionais de atração e seleção simplesmente não estão preparados para identificar esse tipo de profissional.
A transformação não é apenas sobre tecnologia. Ela é cultural, estratégica e estrutural.
O que vemos com frequência nas empresas é uma combinação de desafios:
1. Os processos seletivos ficaram lentos demais para um mercado rápido demais
E o talento STEM disponível aceita outras propostas antes que a empresa termine a etapa três de cinco.
2. As exigências mudaram, mas muitas descrições de vaga continuam iguais
Ainda se busca um perfil que não existe mais ou que existe em número insuficiente.
3. Barreiras internas atrapalham a adoção plena da IA
Os principais obstáculos relatados pelas empresas são:
Esses três fatores combinados criam ambientes que não atraem os melhores profissionais da região.
4. A competição por talento é global, não local
O trabalho remoto tornou fronteiras irrelevantes. Empresas internacionais disputam exatamente os mesmos profissionais (e eles estão dispostas a pagar mais).
5. A pressão por resultados obriga líderes a buscar parceiros experientes
Recrutar sozinhos virou um risco operacional. Um erro de contratação em funções críticas compromete projetos inteiros.
É aqui que a experiência da Hays se destaca: entender nuances técnicas, avaliar potenciais, antecipar movimentos de mercado e acelerar decisões.
Estas são ações que observamos funcionar nas empresas que já estão um passo à frente:
Nenhuma dessas ações é isolada. Elas funcionam como um conjunto que reforça a capacidade da empresa de competir por talento crítico.
O avanço da IA gerou temores sobre substituição, mas a realidade mostra algo diferente: o valor das pessoas aumentou.
A tecnologia faz muito, mas não faz interpretação, não faz julgamento e não faz decisão estratégica. Isso continua (e continuará) nas mãos de profissionais.
O que estamos vivendo não é apenas uma fase. É um redesenho amplo da maneira como empresas operam. E quem entendeu isso primeiro montou times mais resilientes, atraiu melhores especialistas e ganhou velocidade.
A Hays observa esse movimento diariamente. Sabemos onde estão os maiores bolsões de talento STEM na América Latina, quais competências estão surgindo, quais estão se esgotando e como apoiar líderes na construção de times preparados para um futuro que já está em curso.
Se existe um consenso hoje entre quem está à frente dessa transformação é este: quem se move agora define sua posição no tabuleiro. Quem espera, inevitavelmente, será movido pelos outros.
Se sua organização quer navegar esse novo cenário com precisão, a Hays pode ajudar. Entre em contato com nossos consultores agora.
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Ricardo Ribas Diretor Geral da Hays no Brasil
Ricardo Ribas é Diretor Geral da Hays no Brasil, membro do Conselho Diretor Regional da Hays e integra os conselhos consultivos de organizações como Save the Children, Woman IT e GGR. Como líder destacado no grupo We Lead da Hays, está profundamente comprometido com o empoderamento feminino e a promoção da igualdade de gênero em cargos de liderança. Sua dedicação à evolução das empresas no âmbito do capital humano o levou a ser convidado como professor no CESA e em outras universidades. Com mais de 20 anos de experiência em aquisição de talentos e gestão de capital humano na América do Norte, África, América Central e América do Sul, já apoiou mais de 5.000 empresas e contratou mais de 20.000 profissionais. Ricardo é graduado em Relações Internacionais pela FAAP e possui mestrado em Desenvolvimento de Liderança pela Universidade de Harvard.