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Mentoria Técnica: Guia para desenvolver um programa eficaz
5 min | Emanuel Gouvea | Artigo | Liderança Gerenciamento de equipe | Information technology sector
Existe um ponto comum nas conversas que temos com empresas, seja em Life Sciences, engenharia, tecnologia ou supply chain: quase todo mundo sente que está perdendo conhecimento pelo caminho. Não por falta de tecnologia, nem de processos estruturados. O buraco costuma ser outro. Ele está nas coisas que ninguém escreveu, mas que fazem tudo funcionar.
Na Hays, ouvimos isso com frequência. Líderes relatam que conseguem contratar bem, investem em treinamentos, reorganizam times. Ainda assim, quando um especialista decide ir embora, é como se alguém tivesse apagado um pedaço do mapa. De repente, ninguém mais sabe por que aquele processo era feito exatamente daquela forma. E é aí que o problema real aparece.
Numa visita recente a uma indústria, o diretor foi muito claro. Para ele, a dor maior não vinha do turnover em si, e sim da saída silenciosa de conhecimento técnico. Aquele saber fino que não está no procedimento oficial, mas que define a qualidade do trabalho. Quando ele disse “não adianta só contratar, preciso garantir que o que eles sabem não desapareça”, a conversa naturalmente caminhou para um tema que vem ganhando força: mentoria técnica.
E o contexto só reforça isso. Nosso estudo Análise de Tendências e Salários 2026 mostra que 95% das empresas brasileiras já sentem escassez moderada a extrema de competências técnicas. O mercado não está preparado para repor esse conhecimento na mesma velocidade em que ele se perde. Ou seja: desenvolver e compartilhar passou a valer tanto quanto atrair.
A partir do que observamos em empresas que conseguiram virar essa chave, reunimos neste artigo um guia direto, prático e sem firulas sobre como fazer a mentoria técnica funcionar de verdade.
Quando uma empresa começa a tratar a mentoria técnica como prioridade, os efeitos aparecem rápido. Não é só o time aprender mais. A operação muda de postura. O risco diminui. A dependência excessiva de “pontos-chave” enfraquece.
Os resultados que vemos com mais frequência:
Empresas que chegam aqui entendem uma coisa simples: mentoria técnica não é bônus, é proteção estratégica. E, quando combinada com recrutamento especializado, vira um sistema que alimenta o presente e prepara o futuro ao mesmo tempo.
Antes de qualquer estrutura, vale encarar o problema de frente. A pergunta é só uma: o que está em risco hoje? Dependência de especialistas? Risco de perder conhecimento crítico? Dúvidas que se repetem há anos? Falta de gente capaz de assumir posições técnicas mais complexas? A mentoria técnica precisa nascer com propósito real, não como “vamos fazer porque é legal”.
Nem sempre o mentor ideal é o mais antigo da equipe. Às vezes é quem consegue explicar com clareza, quem tem paciência para ensinar ou quem enxerga o impacto da área no negócio. Empresas que acertam nessa escolha descobrem talentos internos que, até então, estavam escondidos. Nós vemos isso acontecer o tempo todo.
A mentoria técnica funciona quando tem chão. Exemplos do que funciona bem:
Objetivo vago = resultado vago.
Objetivo claro = impacto direto.
Esqueça programas complexos demais. Eles não duram. O que funciona é:
Quando o processo é simples, todo mundo participa. Quando é burocrático, ninguém sustenta.
A mentoria técnica revela lacunas que não aparecem nos relatórios de RH. Ao identificar o que falta, a empresa sabe quando desenvolver e quando contratar. É aqui que recrutamento especializado e mentoria se encontram: um complementa o outro.
Documentar não significa virar escravo de planilha. Registre o que realmente não pode se perder: decisões críticas, raciocínios técnicos, pontos de atenção. Um acervo enxuto e vivo funciona muito melhor do que uma enciclopédia que ninguém consulta.
As métricas que importam são simples:
São esses indicadores que mostram se o programa está funcionando ou se precisa de ajustes.
A mentoria técnica virou quase um “sistema imunológico” das empresas. É o que mantém a operação de pé quando alguém sai, quando o mercado muda ou quando novas tecnologias chegam antes do time estar pronto.
E essa força não vem de ferramentas sofisticadas. Vem das conversas certas, da troca contínua, do hábito de não deixar conhecimento morrer dentro de gaveta. Empresas que estruturam bem esse processo ganham estabilidade, fluidez e velocidade, que são três coisas difíceis de ter no cenário atual.
Na Hays, vemos de perto o impacto quando atração, desenvolvimento e retenção caminham juntos. O time fica mais forte. Os especialistas deixam um legado. E a empresa para de depender de “heróis técnicos” que carregam tudo nas costas.
Se sua empresa está nesse momento, a Hays pode apoiar na identificação de especialistas, no fortalecimento de lideranças e na formação de estruturas que realmente sustentam governança no longo prazo.
E seguimos compartilhando tendências e análises sobre o futuro do trabalho em nossa página no LinkedIn.
Emanuel Gouvea Chefe de Engenharia
Emanuel é gerente sênior e chefe de engenharia da Hays Brasil, onde lidera equipes de recrutamento permanente para cargos executivos e de gestão de nível médio em setores-chave como energia, agronegócio e cadeia de suprimentos. Com mais de uma década de experiência em aquisição de talentos e desenvolvimento de negócios, Emanuel é conhecido por seu profundo conhecimento do mercado e capacidade de conectar os melhores talentos de engenharia com oportunidades de negócios transformadoras. Com sede em São Paulo, ele desempenhou um papel fundamental na definição de estratégias de recrutamento alinhadas com o cenário industrial em evolução do Brasil.