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Transformação Digital na Saúde: Como times de Ciências da Vida fortalecem o Compliance com Tecnologia
4 min | Ricardo Ribas | Artigo | Gestão da força de trabalho Tecnologia | Life sciences and pharma sectors
Nos últimos anos, a Hays observou algo que vem se repetindo em praticamente todas as conversas com líderes de Ciências da Vida. A transformação digital na saúde deixou de ser um tema “de futuro” e passou a moldar as discussões do presente. Há investimentos relevantes em novas plataformas, automações e melhorias de processo. Mesmo assim, muitos executivos nos relatam uma sensação incômoda. A tecnologia avança, mas as equipes nem sempre acompanham esse novo ritmo.
Nosso estudo Análise de Tendências e Salários 2026, corrobora essa realidade. Segundo nossos dados, 95% das empresas brasileiras relata escassez moderada a extrema de competências técnicas, especialmente em engenharia, tecnologia, supply chain e ciências da vida.
E não é falta de boa vontade. O que encontramos é um distanciamento crescente entre o que as ferramentas prometem entregar e o que os times conseguem transformar em compliance prático. Por isso reunimos, abaixo, pontos que surgiram justamente dessas trocas francas com o mercado. Não são teorias. São observações do que realmente está acontecendo dentro das empresas.
Como times de Ciências da Vida fortalecem o compliance com tecnologia na era da transformação digital na saúde
A área deixou de trabalhar só com evidências históricas. Hoje depende de alertas, modelos e sinais que surgem a partir de fluxos de dados cada vez mais complexos. O desafio não é ter dashboards bonitos, mas ter alguém que saiba dizer se aquele desvio é relevante ou apenas ruído. Perfis híbridos (a combinação de raciocínio regulatório com leitura de dados) são, hoje, os mais difíceis de encontrar. Inclusive, a Deloitte ressalta que as áreas regulatórias precisam se modernizar, digitalizar seus processos e operar com monitoramento contínuo. É uma mudança real e urgente, mas que muitos times ainda estão aprendendo a incorporar no dia a dia.
Muitas empresas descobriram que a tecnologia “encurta caminho”, mas também acelera a cobrança por resultados. A validação que antes levava uma semana agora acontece em horas. O gargalo é humano. Pessoas que aprendem rápido, absorvem complexidade e se mantêm organizadas em ambientes de alta pressão fazem toda a diferença.
Não existe mais a ideia de que compliance “checa” o trabalho dos outros. A rastreabilidade hoje atravessa toda a cadeia. E quando cada área segue um nível diferente de adoção tecnológica, os riscos aparecem nos detalhes. Profissionais capazes de mediar isso (traduzir ferramentas, ajustar práticas e puxar o time para um padrão comum) se tornaram indispensáveis.
É comum a percepção de que automação resolve tudo. Ela resolve muito, mas não resolve o principal. Quando surge uma inconsistência séria, quem define o que é prioridade não é o sistema. É o profissional. Pensamento crítico e entendimento regulatório continuam sendo a espinha dorsal do compliance moderno.
A integração dos sistemas trouxe benefícios enormes, mas também expôs fragilidades que antes não apareciam. Uma inconsistência de origem agora se multiplica rapidamente. Por isso especialistas em governança e integridade de dados entraram de vez na agenda dos executivos.
Muitos líderes têm ótimo repertório técnico, mas ainda enfrentam dificuldade para navegar em plataformas e interpretar indicadores. Isso cria barreiras invisíveis na operação. Times performam no limite do que suas lideranças conseguem traduzir. Esse é um dos gaps que mais escutamos no setor.
Empresas que avançam de forma consistente na transformação digital na saúde têm uma coisa em comum. Elas montam equipes sob medida. Gente que entende tecnologia, mas também carrega a responsabilidade regulatória do setor. É um perfil raro, disputado e estratégico. E, quando conseguimos encontrar esse profissional para um cliente, vemos a maturidade digital avançar de forma real.
O movimento não vai desacelerar. Ferramentas ficam mais poderosas, regulações mais exigentes, dados mais abundantes. E, no fim, sempre voltamos à mesma equação. A tecnologia só avança até onde as pessoas conseguem levar.
Organizações que querem navegar essa transição precisam de equipes sólidas, diversas e com repertório técnico suficiente para sustentar decisões regulatórias complexas. Esse caminho começa por uma estratégia de talento bem desenhada.
Se sua empresa está nesse momento, a Hays pode apoiar na identificação de especialistas, no fortalecimento de lideranças e na formação de estruturas que realmente sustentam governança no longo prazo.
E seguimos compartilhando tendências e análises sobre o futuro do trabalho em nossa página no LinkedIn.
Ricardo Ribas Diretor Geral da Hays no Brasil
Ricardo Ribas é Diretor Geral da Hays no Brasil, membro do Conselho Diretor Regional da Hays e integra os conselhos consultivos de organizações como Save the Children, Woman IT e GGR. Como líder destacado no grupo We Lead da Hays, está profundamente comprometido com o empoderamento feminino e a promoção da igualdade de gênero em cargos de liderança. Sua dedicação à evolução das empresas no âmbito do capital humano o levou a ser convidado como professor no CESA e em outras universidades. Com mais de 20 anos de experiência em aquisição de talentos e gestão de capital humano na América do Norte, África, América Central e América do Sul, já apoiou mais de 5.000 empresas e contratou mais de 20.000 profissionais. Ricardo é graduado em Relações Internacionais pela FAAP e possui mestrado em Desenvolvimento de Liderança pela Universidade de Harvard.