Do Êxodo ao Ganho de Talentos: como a América Latina pode reter profissionais de Ciências da Vida

3 min | Ricardo Ribas | Artigo | Pessoas & Cultura Retenção | Life sciences and pharma sectors

A woman uses a large syringe to do tests inside a laboratory. She is wearing a white lab coat and light blue latex gloves.

Imagine um laboratório de biotecnologia no coração de São Paulo. Equipes altamente qualificadas trabalham no desenvolvimento de novos medicamentos, enquanto outro grupo considera oportunidades no exterior. Essa cena não é ficção: ela reflete o êxodo silencioso de talentos que ameaça o setor de Ciências da Vida na América Latina.

A competição global por profissionais qualificados nunca foi tão intensa. Segundo um relatório da Hays, as empresas de Ciências da Vida geram mais de US$ 3 trilhões em receita em todo o mundo e mais de US$ 150 bilhões foram investidos neste setor entre 2020 e 2025.

Universidades de ponta, startups inovadoras e grandes farmacêuticas disputam o mesmo conjunto limitado de talentos. O resultado? Empresas locais enfrentam dificuldades crescentes para reter profissionais de Ciências da Vida, impactando pesquisa, inovação e crescimento.

O que está em jogo: mais do que retenção, é sustentabilidade

A perda de profissionais de Ciências da Vida representa mais do que uma lacuna de competências. Cada saída é um projeto atrasado, uma pesquisa interrompida, uma oportunidade de inovação perdida.

Dados da Hays mostram que 48% dos funcionários latino-americanos acreditam que suas funções atuais não oferecem oportunidade de crescimento. Esse sentimento de estagnação geralmente surge da falta de demanda por novas habilidades e do foco em lucros de curto prazo em vez de crescimento a longo prazo.

Para gestores de RH, isso exige uma visão estratégica que vai além da folha de pagamento. Criar ambientes que nutram crescimento, aprendizado contínuo e propósito é essencial para reter profissionais de Ciências da Vida em um mercado cada vez mais competitivo.

Estratégias práticas para reter profissionais de Ciências da Vida

Reter profissionais de Ciências da Vida exige uma nova mentalidade de liderança. Líderes precisam atuar como arquitetos do engajamento, equilibrando oportunidades de crescimento, cultura organizacional e propósito.

Abaixo, ações práticas para transformar o risco de êxodo em vantagem competitiva:

  • Mapeamento estratégico de talentos: Identifique quais profissionais são críticos para o sucesso da empresa e desenvolva planos de carreira e retenção específicos para cada perfil.
  • Desenvolvimento contínuo: Invista em upskilling técnico e comportamental, mentoring e mobilidade interna, permitindo que os profissionais cresçam sem precisar deixar a empresa. Segundo dados da Hays, mais de 60% da força de trabalho global precisará ser requalificada até 2030 para acompanhar o ritmo da transformação digital.
  • Cultura de propósito e reconhecimento: Profissionais de Ciências da Vida buscam impacto real. Destacar o valor social e científico do trabalho é tão importante quanto a compensação financeira.
  • Flexibilidade e qualidade de vida: De acordo com dados da Hays, 67% dos profissionais latino-americanos indicam que benefícios, principalmente flexibilidade, são tão importantes quanto o salário ao considerar uma nova posição.
  • Parcerias com recrutadores especializados: Trabalhar com consultorias como a Hays oferece inteligência de mercado e estratégias de retenção baseadas em dados globais, ajudando a reter profissionais de Ciências da Vida em funções críticas.
  • Employer branding baseado em ciência e impacto real: Comunique de forma consistente resultados de pesquisas, inovações e contribuições sociais da empresa. Profissionais de Ciências da Vida querem pertencer a organizações que realmente transformam vidas.
  • Cooperação regional: Parcerias entre universidades, startups e empresas criam ciclos virtuosos de desenvolvimento e retenção local.

Conclusão: da fuga ao crescimento de talentos

O êxodo de profissionais de Ciências da Vida na América Latina não é inevitável. Com estratégia, visão e foco no desenvolvimento humano, é possível transformar o desafio em oportunidade e transformar a saída de talentos em ganho de expertise, engajamento e vantagem competitiva.

Na Hays, acompanhamos essas tendências e apoiamos empresas em todas as etapas do ciclo de talento, do recrutamento à retenção estratégica, garantindo que o êxodo se transforme em crescimento sustentável na América Latina.

Converse com um consultor da Hays e descubra como nossa expertise global pode ajudar sua empresa a transformar talento em vantagem competitiva.

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Sobre o autor

Ricardo Ribas
Diretor Geral da Hays no Brasil

Ricardo Ribas é Diretor Geral da Hays no Brasil, membro do Conselho Diretor Regional da Hays e integra os conselhos consultivos de organizações como Save the Children, Woman IT e GGR. Como líder destacado no grupo We Lead da Hays, está profundamente comprometido com o empoderamento feminino e a promoção da igualdade de gênero em cargos de liderança. Sua dedicação à evolução das empresas no âmbito do capital humano o levou a ser convidado como professor no CESA e em outras universidades. Com mais de 20 anos de experiência em aquisição de talentos e gestão de capital humano na América do Norte, África, América Central e América do Sul, já apoiou mais de 5.000 empresas e contratou mais de 20.000 profissionais. Ricardo é graduado em Relações Internacionais pela FAAP e possui mestrado em Desenvolvimento de Liderança pela Universidade de Harvard.

 

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