Guia para criar um Roteiro de Capacitação em Ciências da Vida [Baixe o Relatório Global]

6 min | Ricardo Ribas & Pedro Vallejo | Artigo | Gestão da força de trabalho Gerenciamento de talentos Geral | Life sciences and pharma sectors

Uma mulher está dentro de um laboratório segurando dois cadernos de cores vivas, laranja e azul. Ela está vestindo uma camisa listrada, um jaleco branco de segurança e óculos, e sorri alegremente. Atrás dela, há outras três pessoas trabalhando em equipamentos diferentes.

Imagine estar à frente de uma organização que pode desenvolver o próximo medicamento revolucionário ou criar uma tecnologia que redefine o cuidado com a saúde. Esse é o poder e, ao mesmo tempo, a responsabilidade do setor de Ciências da Vida. O que muitos líderes ainda subestimam é que essa revolução não acontece apenas em laboratórios ou centros de pesquisa: ela começa na capacidade das pessoas de aprender, evoluir e se reinventar.

De acordo com o Relatório Global de Talentos em Farma e Ciências da Vida do Everest Group em parceria com a Hays, as empresas de Ciências da Vida geram mais de US$ 3 trilhões em receita globalmente, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cerca de 11% entre 2020 e 2024. Além disso, mais de US$ 150 bilhões foram investidos neste setor entre 2020 e 2025.

Perdeu nosso último relatório? Preencha o formulário para conhecer as principais tendências de talentos que estão moldando o setor de Ciências da Vida, em relação à transformação digital, mudanças regulatórias, sustentabilidade e inovação. Em seguida, continue a leitura para descobrir como começar a construir seu próprio roteiro de upskilling hoje mesmo.

Na Hays, acompanhamos de perto os movimentos globais do setor e vemos um padrão se repetir: empresas que se destacam não são necessariamente as que têm mais recursos, mas as que conseguem preparar suas equipes para lidar com o futuro antes que ele chegue. É por isso que criar um roteiro de capacitação em Ciências da Vida não é apenas um desafio da área de Recursos Humanos: é uma decisão estratégica de negócios.

Por que um roteiro de capacitação em Ciências da Vida é uma peça fundamental?

O setor de Ciências da Vida está entre os mais pressionados por escassez de talentos críticos. Relatórios recentes da Hays apontam que a lacuna de habilidades em áreas como bioinformática, inteligência artificial aplicada à saúde, regulação internacional e produção biotecnológica pode atrasar inovações por anos.

Ao mesmo tempo, vemos executivos lidando com dilemas práticos:

  • Como desenvolver competências técnicas em ritmo suficiente para acompanhar a tecnologia?
  • Como reter talentos em um mercado tão competitivo, onde um único cientista pode ser disputado globalmente?
  • Como alinhar Aprendizado e Desenvolvimento (do inglês, Learning and Development - L&D) diretamente à estratégia de crescimento da empresa?

O relatório da Hays indica que “a necessidade de talentos com competências tanto científicas quanto digitais está crescendo, à medida que as empresas buscam profissionais capazes de aplicar IA e análise de dados em áreas como pesquisa clínica e conformidade regulatória.”

Além disso, vale frisar que mais de 60% da força de trabalho global precisará ser requalificada até 2030 para acompanhar o ritmo da transformação digital, segundo dados do mesmo relatório.

A resposta passa por estruturar um roteiro de capacitação em Ciências da Vida que funcione como bússola; orientando líderes, Recursos Humanos e times de aprendizado a não apenas suprir lacunas, mas construir vantagem competitiva de longo prazo.

Os pilares de um roteiro de capacitação em Ciências da Vida

Hoje, especialmente em setores de alta complexidade como Ciências da Vida, os líderes de RH e de aprendizado assumem o papel de arquitetos do futuro.

  • São eles que traduzem megatendências globais em planos concretos de capacitação.
  • São eles que garantem que a empresa tenha as competências certas para responder a crises sanitárias, atender regulações emergentes ou acelerar uma pesquisa promissora.
  • São eles que criam o ecossistema de talentos que sustenta a inovação de longo prazo.

Ou seja, a decisão de investir em um roteiro de capacitação coloca esses times no coração da estratégia corporativa.

Por isso, construir um roteiro de capacitação eficaz em Ciências da Vida vai muito além de oferecer treinamentos isolados. Afinal, trata-se de criar uma estrutura estratégica que conecta competências, cultura e resultados de negócio.

Nos próximos tópicos, detalhamos os pilares essenciais que orientam organizações de Ciências da Vida a preparar suas equipes para os desafios atuais e futuros, garantindo aprendizado contínuo, inovação e vantagem competitiva.

1. Diagnóstico profundo de lacunas e riscos futuros

O primeiro passo vai além de um levantamento de habilidades técnicas. Equipes de RH e Aprendizado e Desenvolvimento devem atuar como consultores estratégicos, mapeando:

  • Quais competências são essenciais para os próximos 2 a 5 anos (ex.: engenharia genética, automação em laboratórios, análise avançada de dados clínicos, dentre outros).
  • Onde estão os maiores riscos de perda de conhecimento, seja por rotatividade ou aposentadoria de especialistas.
  • Como comparar sua realidade interna com benchmarks globais.

Esse diagnóstico precisa ser construído em parceria com líderes de negócio, para que as prioridades reflitam não apenas tendências do setor, mas objetivos concretos da empresa.

2. Trilhas de aprendizado conectadas à estratégia

Programas genéricos de treinamento não resolvem os desafios da indústria. O mesmo relatório da Hays explica que "a transformação digital do setor está tornando as competências técnicas e de dados essenciais em praticamente todas as funções, impulsionando um forte crescimento na demanda por talentos digitais."

A chave é construir trilhas personalizadas que unam:

  • Formação técnica (como metodologias ágeis aplicadas a ensaios clínicos, compliance regulatório global ou farmacovigilância).
  • Competências de liderança (gestão de equipes de alta performance, colaboração global e tomada de decisão baseada em dados).
  • Soft skills de futuro (pensamento crítico, inovação, resiliência).

O diferencial é que cada trilha deve ser co-criada com gestores de área e vinculada a metas tangíveis como, por exemplo, acelerar time-to-market de novos medicamentos ou expandir para novos mercados.

3. Integração entre aprendizado e cultura organizacional

O roteiro não pode ser visto como uma lista de cursos. É necessário criar uma cultura de aprendizado contínuo, onde cada colaborador se veja como responsável pela própria evolução. Nesse sentido, líderes de RH e L&D podem:

  • Incorporar aprendizagem no fluxo de trabalho, por meio de plataformas digitais, microlearning e simulações práticas.
  • Estimular líderes como mentores, criando um ciclo virtuoso de transmissão de conhecimento.
  • Valorizar e reconhecer publicamente profissionais que se destacam ao aprender e compartilhar seus saberes.

Esse movimento posiciona o aprendizado como parte do DNA da empresa, algo tão essencial quanto inovação ou compliance.

4. Mensuração e impacto estratégico

Um roteiro de capacitação só ganha relevância quando é mensurável. Para isso, é preciso definir KPIs que conversem com a alta gestão, como:

  • Redução de tempo para lançamento de novos produtos.
  • Aumento de retenção de talentos críticos.
  • Crescimento da produtividade em áreas de Pesquisa e Desenvolvimento.
  • Melhoria nos índices de aprovação regulatória.

Quando RH e líderes de aprendizado conseguem mostrar esses números, deixam de ser vistos como áreas de apoio e passam a ser protagonistas estratégicos da organização.

Capacitação em Ciências da Vida: o futuro é feito de gente preparada

No setor de Ciências da Vida, cada decisão de capacitação tem impacto direto na saúde, no bem-estar e, em muitos casos, na vida das pessoas. Não se trata apenas de treinar colaboradores, mas sim de preparar um exército de inovadores, cientistas e líderes para resolver os maiores desafios globais.

Empresas que investem em roteiros estruturados colhem resultados claros: atraem e retêm os melhores talentos, aceleram a inovação e ganham espaço em um mercado competitivo e globalizado.

Na Hays, acreditamos que preparar pessoas é preparar o amanhã. É por isso que desenvolvemos um material exclusivo, com insights globais e recomendações práticas, para ajudar líderes empresariais a construir esse caminho.

Baixe agora nosso Relatório Global de Talentos em Farma e Ciências da Vida e descubra insights estratégicos sobre liderança e desenvolvimento de talentos nessa área.

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Sobre o autor

Ricardo Ribas
Diretor Geral

Ricardo Ribas é Diretor Geral da Hays no Brasil, membro do Conselho Diretor Regional da Hays e integra os conselhos consultivos de organizações como Save the Children, Woman IT e GGR. Como líder destacado no grupo We Lead da Hays, está profundamente comprometido com o empoderamento feminino e a promoção da igualdade de gênero em cargos de liderança. Sua dedicação à evolução das empresas no âmbito do capital humano o levou a ser convidado como professor no CESA e em outras universidades.

Com mais de 20 anos de experiência em aquisição de talentos e gestão de capital humano na América do Norte, África, América Central e América do Sul, já apoiou mais de 5.000 empresas e contratou mais de 20.000 profissionais. Ricardo é graduado em Relações Internacionais pela FAAP e possui mestrado em Desenvolvimento de Liderança pela Universidade de Harvard.

 

Pedro Vallejo
Gerente de Life Sciences México

Pedro Pablo é formado em Direito e possui um Mestrado em Gestão de Recursos Humanos. Com mais de 10 anos de experiência em consultoria de talentos, desenvolveu sua carreira profissional na Espanha e no México, liderando projetos estratégicos no setor de Life Sciences.

Sua trajetória lhe proporcionou uma visão abrangente do mercado de trabalho, além de uma profunda compreensão das dinâmicas culturais e organizacionais de ambos os países. Graças à sua abordagem consultiva e à sua habilidade de se conectar com clientes e candidatos, consolidou-se como uma referência na atração e gestão de talentos especializados.

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